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Preconceito sofrido está entre as principais causas da evasão escolar entre pessoas trans

Ausência de informação, resistência a inclusão e preconceito são fatores atuantes quando falamos em diversidade de gênero. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro Trans na Educação (IBTE), em janeiro de 2019, dos 250 trans entrevistados, metade já abandonou os estudos em algum momento. Os motivos são diversos, mas a transfobia, ou seja, a discriminação contra pessoas transexuais, transgêneros ou travestis, lidera as motivações.


No entanto, sabe-se que o ensino deveria ser somente um primeiro passo para a inserção de pessoas trans na sociedade. Matheus Felipe, mestrando em Diversidade Cultural e Inclusão Social e membro do Pride Connection Brasil, uma rede de empresas que busca promover espaços de trabalho mais inclusivos, diversos e seguros para LGBT+, conta que a conscientização é uma das primeiras atitudes que devem ser tomadas para incluir a todos.


Matheus estuda a diversidade e práticas inclusivas dentro de organizações | Foto: Arquivo pessoal

"Se nós não nos reeducarmos para a diferença não iremos mudar essa realidade", afirma o jovem que acredita que a reeducação social traria a desconstrução do preconceito e que a universidade tem um papel fundamental neste processo, sendo um ambiente de debate e exposição de novos conhecimentos. Sendo parte dos ambientes corporativos e difusor de políticas inclusivas e diversas, o mestrando acredita que a inclusão no mercado de trabalho ainda não é palpável, já que muitas lideranças não propiciam integração e ampliação de oportunidades ao público trans.


No ponto de vista dele, os ambientes escolares não são nem de longe acolhedores, o que é comprovado com números da Pesquisa Nacional sobre Ambiente Educacional no Brasil, divulgada em 2017, que aponta que 73% dos estudantes que se declararam lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais já foram agredidos verbalmente em algum ambiente escolar. O levantamento também relata que 60% dos alunos entrevistados não se sentiam seguros por fazerem parte do grupo LGBT.


Já no ambiente corporativo a realidade é muito semelhante. Segundo dados do instituto Center for Talent Inovation, cerca de 61% da comunidade LGBT esconde sua identidade de gênero no trabalho. Para mudar esta realidade algumas iniciativas já foram criadas, como por exemplo o TransEmpregos, criado em 2013 para atuar junto ao corporativismo e inserir pessoas trans no mercado de trabalho formal. Além disso, a ideia é capacitar a ajudar construir o ambiente de trabalho mais humano e aberto para as diversidades que permeiam a sociedade. ​


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